Relife, uma segunda chance

Relife é um anime adaptado do mangá escrito por Yayoisoe e publicado pela NHN PlayArt. O anime foi ao ar entre 2 de Julho de 2016 e 25 de setembro do  mesmo ano com um total de 13 episódios.

Relife conta a história de Arata Kaizaki, um rapaz de 27 anos que no início do anime encontra-se com sua vida frustrada. Desempregado, não conseguindo se firmar em trabalho algum e para completar sua mãe liga avisando que irá parar de mandar-lhe dinheiro já que ele está grande demais para ela ficar bancando suas contas e nós sabemos como são os japoneses quando o assunto é o crescimento pessoal de seus filhos. É bom lembrar que o nosso protagonista não é um malandro, apenas alguém que teve alguns traumas em seu passado recente e passa por uma fase ruim.

Arata em um momento de aperto encontra Ryo Yoake, um funcionário de um instituto chamado Relife que trabalha fazendo pesquisas com adultos que tiveram um conjunto de decisões infelizes e fracassos em  momentos passados buscando dá a eles uma nova chance de refazer suas histórias. Para isso Ryo faz uma proposta irrecusável à Arata garantindo que, se ele fizesse parte das pesquisas do projeto Relife, teria todas as suas despesas pagas por um ano e no final  quem  sabe um novo emprego. Era a proposta certa no momeno vital. Ele então oferece uma pílula para Arata que o faria rejuvenecer 10 anos e caso ele a tomasse iria reintegrá-lo ao ensino médio, desse modo, Kaizaki poderia reviver experiências da adolescência e refazer sua personalidade frustrada. Arata aceita a proposta e, na manhã seguinte, toma um grande susto ao perceber que realmente estava com 17 anos de idade novamente.

No seu novo colégio Arata se encontra com vários estudantes e  passa a agir de forma a ajudá-los em seus problemas, é o caso de Chizuru Hishiro, uma garota com as melhores notas da classe porém emocionalmente desligada. Ao tentar fazer amigos ela acaba esboçando um sorriso forçado para lá de assustador sendo mal interpretada pelas outras pessoas inclusive por Rena Kariu,  sua colega de classe que de início não entende nada e acredita que Hishiro está caçoando dela por ter tirado a melhor nota da sala e se tornar representando de turma.

Por falar nela, Rena Kariu alimenta sentimentos por Kazuomi Ooga (que se senta logo a frente de Arata, na sala) mas, não consegue dá o primeiro passo. Algo que fica suspenso até que Kaizaki resolve dá um empurrãozinho lá para o final do anime dando um novo gás a história tanto pelo romance quanto pelos momentos cômicos extras.
                                                

Embora Relife não tenha uma  proposta grandiosa sendo um Slife of Life até sossegado, ele para mim foi algo muito divertido no início mas que teve uma mudança no enredo (não propriamente desastrosa) que desapontou um pouco dado o  rumo que vinha tomando.


O enredo iniciou-se com um timing cômico muito bom, despertando mesmo a atenção. Os cinco primeiros episódios são muito bem escritos e, embora seja um drama leve, esses capítulos tiveram momentos cômicos tão bem bolados que não há como não rir. Desde o primeiro dia de aula bagunçado do protagonista até seu desastre na aula de educação física. Mas do episódio quinto até o décimo a história deixa seu aspecto cômico de lado e passa a se focar no drama contando tudo o que havia acontecido antes de Arata ter entrado nessa situação, inclusive a culpa que ele sente pela morte de sua senpai no antigo emprego.

Nos três episódios finais Relife volta a equilibrar o drama com a comédia e inclui o romance. É um anime bom para assistir mas, poderia ter sido melhor! Quanto a qualidade visual ele é bem simples, o que certamente deixou seu projeto  barato. Não há efeitos visuais extremos e aquela parafernalha toda além disso o estilo é comum com linhas e formatos de rostos fáceis e rápidos de serem animados. Um pouco mais de equilíbrio entre o drama e a comédia e a obra teria sido acima da média em que está. Ainda assim é uma boa pedida sendo uma história leve de imersão agradável.

A mensagem que o anime nos passa está relacionada à ideia de que as boas pessoas merecem uma segunda chance, elas podem ter falhado e se desencontrado no caminho da vida mas, com o "suporte" adequado talvez fizessem outras escolhas,  fossem capaz de influenciar positivamente quem estava por perto e deixar sua marca nos corações dos outros. Uma mensagem bacana e positiva que por  si  já vale a audiência prestada a Relife.